Essaywettbewerb
Internationaler Essay-Wettbewerb - Guimarães Rosa im europäischen Netzwerk:
Bereits im Vorfeld des Symposiums hat sich ein Netzwerk zwischen Dozenten und Studierenden europäischer Hochschulen gebildet, das neben Kursen und Foren einen Essay-Wettbewerb zum Thema "João Guimarães Rosa und sein Werk" organisiert hat. Dabei stand den KanditatInnen frei, unter welchem Gesichtspunkt sie das Thema bearbeiten. Die GewinnerInnen außerhalb Deutschlands wurden von ihren jeweiligen KursleiterInnen ausgewählt, der/die deutsche KandidatIn wird von den KoordinatorInnen des Symposiums bestimmt. Die ausgewählten Studierenden werden am 1. Dezember von 15.00-17.30 an einem workshop im Rahmen des Symposiums teilnehmen (siehe Programm)
Die Auswahlkriterien orientierten sich an folgenden Kategorien: Kenntnis des Dichters und seines Werkes, sorgfältige Recherche, Reflexions- und Interpretationsvermögen (analytische Schärfe) und sprachlich und stilistisch angemessene Form.
Teilnehmer/innen
Lorenzo Papette (Bologna, Italien)
Cecilia Santanche (Rom, Italien)
Barbora Tichá (Prag, Tschechische Republik)
Ariadne Nunes (Lissabon, Portugal)
João Marques Lopes (Lissabon, Portugal)
Sophie Schäfer (Berlin, Deutschland)
Jurymitglieder:
Vlasta Dufkova, Ettore Finazzi Agrò, Ute Hermanns, Roberto Mulinacci, Clara Rowland, Roberto Vecchi und Marcel Vejmelka
Wir danken allen TeilnehmerInnen und gratulieren den GewinnerInnen!
Essays einiger Teilnehmer als pdf (auf Portugiesisch bzw. Spanisch):
Portugal:
Ariadne Nunes: A pretexto da revelacao póstuma: narrativa e leitura em Grande Sertão: Veredas.
João Marques Lopes: Zé Bebelo ou a modernidade na periferia
Abstract: Partindo do conceito weberiano de modernidade e da teoria do sistema-mundo de Wallerstein, pretende-se apresentar uma interpretação da personagem Zé Bebelo (Grande Sertão: Veredas) em termos de símbolo da modernidade (im)possível no Brasil de meados do século XX. Incapaz de promover uma “modernização conservadora”, provavelmente a preferida por Guimarães Rosa, o País apenas consegue eliminar os aspectos mais violentos do medievalismo inscrito na sociedade sertaneja e não harmoniza as relações interior/litoral. Contextualizado pelo mínimo triunfo civilizacional de Riobaldo sobre Hermógenes e pelo fracasso da “modernização conservadora” decorrente do assassinato de Joca Ramiro, o percurso de Zé Bebelo como que representaria ficcionalmente o processo da modernidade nas áreas periféricas do sistema-mundo.
Blanca Cebollera: Sorôco, sua linguagem, sua poesia
Italien:
Lorenzo Papette: A canoa e o rio da palavra
Cecilia Santanchè, Irene Gonzalez y Reyero e Elena Cecchetti: Sorôco, entre exclusão e inclusão
O texto Sorôco, entre exclusão e inclusão procura interpretar o conto de Guimarães Rosa Sorôco, sua mãe, sua filha sob diversos pontos de vista. Escrito por três estudantes, o texto parte de uma análise do contexto brasileiro na época do conto: a criação de um imaginário coletivo de novo Brasil e a exclusão de aspectos, também brasileiros, que não combinavam com essas idéias vigentes.
A partir desse pressupostoaz-se uma reflexão sob o ponto de vista lingüístico, como o autor consegue manifestar nas entrelinhas a exclusão e o estranhamento vividos pelo sertanejo.
E por fim é considerado o canto que envolve os personagens marginalizados concluindo o texto com um otimismo parcial, respeitando a exclusão dos marginalizados. A música cantada pelos habitantes do sertão identifica como comunidade os indivíduos que não se inserem em lugar nehum.
Tschechische Republik:
Barbora Tichá: Os irmãos Dagobé e Fatalidade: Comparacao dos contos com a sua adaptacao cinematográfica e a problemática da violencia.
Abstract: O objectivo do trabalho foi comparar os contos Os irmãos Dagobé e Fatalidade, do livro Primeiras estórias de Guimarães Rosa, e o filme A terceira margem do rio (Nelson Pereira dos Santos, 1994) baseado, entre outros, nestes dois contos, que constituem uma das suas principais linhas de acção. É dedicada uma atenção especial à problemática da violência, em destaque nos contos e no filme. Na elaboração deste trabalho, foram tidos em conta dois estudos de Ana Paula Pacheco e José Manuel Wisnik, respectivamente.
O trabalho analisa o filme globalmente, visando o seu ajustamento aos contos -com especial destaque para os dois acima mencionados – isto sob o ponto de vista da “estória” narrada e da sua estrutura interna, da construção dos personagens principais a partir dos seus modelos literários – únicos ou conjugados –, e do ambiente em que se desenvolve a trama. Concentra-se em descrever detalhadamente as correspondências (enredo e desenlace) assim como as diferenças decorrentes das modificações operadas quer no quadro sociológico (p. ex. mudança da relação roça/cidade no livro e no filme; a posição do Damastor/Herculinão no clã dos Dagobé), quer na psicologia dos protagonistas (p. ex. Liojorge literário/Liojorge fílmico; Damastor/Herculinão)
A violência, que constitui um tema importante nos dois contos, é representada de modos ligeiramente diferentes no filme. Apesar de ter mantido os assuntos do homicídio dum agressor, do defensor da lei auto-nomeado ou ainda da mulher como causa e/ou objecto de violência, registam-se diferenças entre as suas formas e entre os motivos que levam os protagonistas à acção violenta. Prova-se que, na cidade, além da violência física comum na roça, se cria um novo tipo de violência: violência do dinheiro.
A análise final concerne à mensagem do filme comparada com a que se retira dos contos, concluindo que, nalguns pontos, o filme é uma espécie de complemento daquilo que, nos contos, apenas é objecto de breve alusão.
Deutschland:
Sophie Schäfer: O mesmo e o outro. O jogo das Alteridades em João Guimarães Rosa. A Estória do Homem do Pinguelo.
Abstract: Neste ensaio pretende-se retraçar a instalação de inúmeros misturas na obra de João Guimarães Rosa. Na Estória do Homem do Pinguelo essas misturas se possibilitam através do encontro com a própria alteridade nos vários níveis da Estória: na estória narrada, entre os dois narradores, na linguagem e na estrutura. Estão instaladas alteridades recíprocas, seja ela marcada pela oposição nômade/sedentário, rural/urbano, popular/erudito, que para se reconhecer precisam de um mediador, uma terceira posição que age num lugar-entre, um lugar entre as oposições. Um mediador desta Estória é o misterioso Homem do Pinguelo. Com a entidade misteriosa Guimarães Rosa destaca mais uma vez o papel do fantástico na reflexão sobre as questões fundamentais da condição humana.
Isabell von Holt: As terceiras margens. Outros espacos na obra de João Guimarães Rosa.
Abstract: A partir da teoria foucaultiana dos outros espaços, ou seja, da heterotopia, o ensaio localiza o estranho espaço d’”A terceira margem do rio” para examinar depois, duma maneira mais ampla, os outros espaços na obra de Guimarães Rosa, com enfoque especial no conceito geográfico e artístico do sertão. Mostrando que a linguagem rosiana, por sua vez, é uma heterotopia discursiva, o trabalho conclui então que a onipresente estrutura heterotópica representa a pretensão universal imanente à obra rosiana.
Natalia Velásquez Adomeit: João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas - Una Filosofía del 'Fantasma'
Abstract: Mi ensayo sobre João Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas – Una Filosofía del ‘Fantasma’: João Guimarães Rosa ha creado en Grande Sertão: Veredas un “Poema de Narración Filosófico” – sin principio ni fin. El esplendor de la obra se manifiesta en su estilo y en su estructura específica: un “Orden Caótico”. La historia está formada por un hilo de genialidad en “una combinación” de elemento arcaico “y” científico de sentido filosófico. La filosofía, que el narrador en las primeras páginas de la obra al mismo tiempo la postula como la cuestiona – la “del Ser” – es una “construcción” al igual que una “destrucción” de sentido. Es una filosofía del ‘fantasma’. En dicho sentido este ensayo sigue sistemáticamente el pensamiento estructuralista teniendo como foco una comprensión deconstructivista. Para una interpretación filosófica de Grande Sertão: Veredas con cierta meta da apoyo el psicoanalista y filósofo Jacques Lacan que discutió el tema de la filosofía del ‘fantasma’ como conflicto psico-antropológico-lingüístico del ser humano, embarcado en toda su obra.